segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Volto depois

Volto depois. Depois do Pai Natal me trazer as únicas duas coisas que lhe pedi. Duas coisas, apenas duas coisas. Inalcançáveis, porque tudo o que eu desejo não se desembrulha, não se paga, não se compra, não se pede. Continua a viver dentro de mim alguém que quer coisas inatingíveis, sonhadoras, utópicas e esquisitas para a maioria dos comuns mortais. 
Calar o meu silêncio estridente e voltar a acreditar. Só isso. É tudo o que quero este Natal. Dispenso tudo o resto.

Obrigada pelo carinho ao longo do ano. Obrigada por me lerem, por me ouvirem, por me abraçarem com as vossas palavras. Vocês já me vão conhecendo.

Sejam felizes, pelo menos tentem, porque a vida resume-se aos bons momentos, nada mais.

Volto depois (ou talvez não). 

carla

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Bolo pinacolada (sem batedeira)

Tenho algumas receitas a acumular na lista de espera, mas há preocupações na minha cabeça que me foram impedindo de ter inspiração para escrever. Mas ontem tive uma boa notícia, mesmo a propósito do meu pensamento estar com ela desde que acordei para lhe ligar e saber novidades. As minhas amigas de longa data são mesmo muito especiais para mim, mesmo que as nossas rotinas não estejam cruzadas atualmente, eu quero-lhes tanto bem. Temos uma história de quase uma vida, são tantos os bons momentos, que eu nunca poderia esquecer-me de nenhuma delas.
O telefone tocou e a boa notícia finalmente chegou, depois da cirurgia e alguns dias de espera. Ela está bem, não tem nada de mal. Um grande ufa. Beijo do tamanho do mundo para ti miúda.
A receita de hoje tinha de ser doce para tornar este momento ainda melhor. Um bolo inspirado na bebida pinacolada que todos conhecem. O mote foi dado pela Pondera, que me fez chegar um miminho tão bom que uso vezes sem conta nas minhas receitas, e claro, não podia ser um caril. É uma espécie de bolo para brindar. E não fosse ter aberto a porta do forno antes do tempo e ele descer um pouco, teria ficado maior.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Salada quente de (sobras) de frango

Mesmo nos dias frios, há sempre espaço para umas saladas na minha mesa. Tudo foi pensado a partir das sobras de frango assado. Ficou uma salada bem aconchegante e só com coisas boas, quase a fazer lembrar a panzanella italiana.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Queijadas de leite e amêndoa com pele (sem batedeira)

Chegou a minha casa um saquinho de amêndoas com casca. É tão bom receber estes mimos que pertencem à terra de alguém. É inexplicável a alegria que sinto quando recebo produtos caseiros que não passam pela prateleira do supermercado. Deu algum trabalho a parti-las e aí se explica porque são tão caras, mesmo que sejam máquinas a fazê-lo. Para dar uso a estas meninas que eram tão doces, pensei numas queijadas, e como são tão fáceis de fazer, o "piolho" poderia dar uma ajuda para se entreter. Eu a mandar e ele a executar. Lembrei-me das queijadas da Sara e da Duxa e juntei as minhas amêndoas que depois flutuaram na massa e formaram uma crosta irresistível. Utilizei açúcar moreno para lhes dar mais sabor ainda, e reduzi também, pois polvilhei generosamente as formas com açúcar baunilhado e generosamente também depois de frias.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Pudins de chocolate preto e baunilha (com amido de milho)

Facilmente se prepara uma sobremesa para aqueles apetites repentinos. Basta um ou outro ingrediente, uns pozinhos e já está. Eu acho que ficaram uns pudins bem simpáticos e é mais uma pechincha culinária para juntar a tantas outras que tenho feito. Bom, barato e bonito. Bonito vai ser depois quando eu engordar horrores por andar a comer tantas guloseimas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cachaço de porco no forno, com mostarda, legumes e maçãs

O frio está instalado, não há nada a fazer. Nada de lamúrias, vamos é aproveitar as coisas boas desta estação do ano tão odiada por todos. Não é a minha preferida, é um facto, mas há tanta coisa boa que gosto de fazer no tempo frio. A comida de forno que nos trás tanto conforto, os fins de semana mais caseiros, as saídas para ver exposições, cinemas, as idas a Lisboa à noite bem agasalhados para vermos as luzes de natal, os petiscos em casa, as sestas depois do almoço, e mesmo o mais importante, agradecer ao destino mais um ano de "piolho encardido". Isso sim, é o meu maior presente. Enquanto anda tudo às avessas com o natal, eu só quero mesmo é pensar na festa do meu amor pequeno que faz anos no dia 25. Dez anos! Já passaram quase 10 anos que trouxe ao mundo este puto tão especial, que me faz rir como ninguém. Foi um caminho difícil enquanto esperei por ele, mas valeu a pena tudo, pois no fim tive esta grande recompensa. 
Bem, agora a receita de um belo cachaço de porco que custou 4 euros e qualquer coisa em promoção e que deu para muitas refeições para nós os três. Faz-se quase sozinho no forno e fica tão bom e económico.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Chutney de cebola roxa

O "piolho" adora chutney de cebola roxa. Sempre que vamos comer um bitoque onde podemos escolher o molho, ele escolhe sempre o bife com chutney de cebola roxa. A pensar nele lá fiz uns frasquinhos para guardar e ir consumindo de muitas maneiras. Com queijo, no hambúrguer no pão, numa carne assada, com as sobras de um assado numa sandes, as possibilidades são muitas. Como é para consumir em pouco tempo não coloquei muito açúcar, mas se for para durar e durar, há que dobrar a dosagem para garantir que fica bem conservado. Podem triturar depois de feito, cá por casa preferimos os pedaços de cebola à vista.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Wraps com nuggets de frango e molho de iogurte e coentros

O "piolho encardido" depois de duas idas às urgências, de medicamentos, muitas sonecas e muita preguiça, começa a dar sinais de melhoras. Prova disso é a sua rebeldia a vir ao de cima e os seus pedidos culinários. Ele bem sabe que nunca nego tais pedidos, nem que seja feijoada ao lanche ou canja ao pequeno-almoço, como já lhe fiz. E enquanto escrevia este post, fui fazendo umas panquecas como ele tanto gosta.
Até eu já me sinto mais animada para vir aqui partilhar o meu tempero. Hoje sai uns wraps que andam aqui nos rascunhos há tanto tempo, e como a receita é fácil de explicar, não passa de hoje. Cá por casa adoramos estes jantares leves que fazem companhia a uma sopa.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Crème brûlée (com baunilha)

A semana não começou bem. Nem sempre estamos preparados para as situações menos boas nesta "coisa" de sermos pais. Nem sempre tudo é perfeito, nem sempre são boas notícias e às vezes eles também adoecem e mesmo que não seja nada de grave, o nosso estado de alerta fica bem mais apurado. Ainda ontem contava ao "piolho" que quando ele nasceu não larguei a mão dele no hospital com medo que mo roubassem. E quase dez anos depois a sensação mantém-se. Acho que no fundo todos os pais sentem o mesmo. 
Sempre que se aproxima o mês de dezembro recordo esse dia e todos os momentos até trazermos o "piolho" para casa. Um misto de alegria com alguma apreensão. Mas cá estamos, eu e o "mais-que-tudo" a fazermos a melhor das equipas para tornar este grande trabalho das nossas vidas muito mais fácil.
Agora vamos à sobremesa, um crème brûlée, que é bem diferente do nosso tradicional leite-creme. O leite-creme engrossa no fogão com farinha de trigo (eu gosto de usar amido de milho) e leva leite, ao contrário do crème brûlée que leva natas, apesar de ter misturado leite para ficar menos calórico, e vai a cozer no forno em banho-maria. As texturas são bem diferentes e nada como experimentarem para verem do que falo. Eu gosto de ambas.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Bolo de pêra e citrinos (sem batedeira)

Fiz este bolo a pensar em ti. Húmido como tu gostas, e não mal cozido como achas que ficam os bolos que julgas que são húmidos porque estão apenas mal cozidos. Rendi-me aos teus bolos só porque sim, ou na verdade, porque não haveria melhor maneira de os fazer, que não fosse mesmo por querer ver-te deliciado a comê-los. Sei que teimei tantas e tantas vezes, sem querer ceder à tua tão obsessão por bolos húmidos. Tantas vezes me apeteceu dar-te a massa crua dentro da tigela e a colher de pau para que comesses o bolo realmente "mal cozido". Sei que não sou fácil de convencer, sei que não sou fácil de compreender, sei que continuo a ser a miúda de 22 anos que conheceste (reencontraste) mimada, estranha e louca q.b., mas que o tempo mudou e aligeirou, que o tempo fez descobrir outras caraterísticas que não estavas preparado para conhecer em mim. O tempo foi o culpado de tudo. O tempo que perdi a cuidar dos outros sem pensar em mim, fui-me esquecendo. Quando me descobri, descobri também que ninguém estava preparado para me (re)conhecer. O tempo que perdi a fazer este bolo, era o tempo que eu precisava que os outros perdessem a reconhecerem-me, porque no fundo, eu sou apenas uma versão mais refinada daquilo que já fui. O tempo que passar, passarei sempre com tempo quando fizer os bolos húmidos que me pedes há tanto tempo, e eu a achar que era tempo perdido e afinal, ainda fui muito a tempo de torná-los também os meus preferidos. Já te disse que te amo? Ainda vou a tempo?

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Solha no forno com crosta de coentros e limão e batatinhas "a murro"

Como a maioria das mulheres (julgo eu) tento manter um equilíbrio na alimentação da minha família. Comer de tudo um pouco e preferir sempre produtos frescos e não processados, como muito se tem falado. Claro que quando o assunto arrefece já ninguém tem cuidados ou pensa muito nisso. Eu cá continuo a fazer o que sempre fiz, equilibrar. Uma das coisas que tentei mudar também ao longo dos anos, foi o consumo de peixe. Cresci numa casa que se comia muito peixe, e ainda hoje é assim. Quando fui viver para a minha casa, o "mais-que-tudo" vinha muito mal treinado com o peixe, era vê-lo engasgar-se a toda a hora, e com o receio fui preferindo os medalhões, mimos, tranches e afins, ou então o salmão e o bacalhau que eram fáceis de comer. A pouco e pouco fui introduzindo novos peixes, ensinando as regras base e de como safar-se sem ficar atravessado com uma espinha na garganta. Comecei sempre pelos fáceis, bacalhau, postas de salmão e pescada, depois os carapaus, o peixe espada, um dia um robalo, noutro uma dourada, noutro um pargo e por aí fora. Ganhei esta batalha com todo o orgulho de uma mãe de família que zela pelo melhor de todos. O "piolho" obviamente levou com este tratamento choque do peixe com espinhas desde que me lembro. Até mesmo um simples bacalhau à brás ou outros pratos com o peixe em lascas, eu digo sempre, não confiem em ninguém, nem em mim, porque podem sempre encontrar uma espinha. Durante meses, anos até, fui repetindo sempre a mesma coisa, cada vez que levava peixe à mesa. Puxem a pele, retirem as espinhas de lado assim, ponham-nas fora do prato, olhem para a garfada antes de pôr na boca, depois sintam com a língua e só depois engulam.
Imagino como fui chata...Mas está feito, a minha missão "peixe com espinhas" está cumprida! Quer dizer falta as sardinhas vá... que é só o meu peixe predileto... mas eu vou chegar lá.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Broas de batata doce, mel e nozes

Não são obviamente broas castelares, nem de espécie, são as broas que eu gosto de fazer, sem calda de açúcar em ponto específico e outras complicações para dias mais ocupados. São b(r)oas para fazer em casa, rústicas e pouco doces como eu gosto. Nada de açúcar, apenas mel para adoçá-las. Ficam muito molinhas por dentro e perfumadas. Depois é dividir pela vizinhança.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Almôndegas de frango com cenoura e courgette

Sexta-feira passada o "piolho" teve passeio na escola. E eu tinha de pensar no almoço que ele iria levar. Tinha de ser prático a comer, saboroso e equilibrado. Pensei e lá decidi fazer uns hambúrgueres de peito de frango com legumes. Embora eu não precise de esconder os legumes, é uma maneira eficiente de tornar a carne menos seca e ingerirmos legumes quase sem nos apercebermos, já para não falar que dois peitos de frango (peito inteiro de 1 frango) renderam além dos 2 hambúrgueres que ele levou, mais uma fartura de almôndegas que se fizeram num ápice e com a ajuda  do tomate em pedaços com manjericão e orégãos Guloso. Podemos sempre brincar com as texturas ralando a cenoura mais finamente e a courgete maior.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sopa de frango e legumes

Estava aqui a pensar com os meus botões naquela frase que faz muito sentido em todos nós. Que só damos valor às coisas ou pessoas quando as perdemos. Isto a propósito de ser uma pessoa bastante arrumada lá em casa. Durante anos não saí de casa sem arrumar tudo primeiro, tirando uma coisa ou outra que não posso fazer por algum motivo, mal eu acordo faço a inspeção matinal a tudo. Sou demasiado arrumada, mas para bem da minha sanidade mental gosto de o ser. Gosto de ter tudo no lugar, e mesmo que não limpe o pó semanal, tudo o resto tem de estar sempre impecável. E olhem que lá por casa já vi com estes olhinhos muita coisa estranha, assim só para resumir: cascas de banana dentro da gaveta da roupa interior; cachos de uvas debaixo do sofá; frigorífico ou congelador completamente abertos durante a noite; manteiga literalmente pendurada nos azulejos da cozinha, e tantas outras pérolas que o dia não chegava para vos contar. Arrumo, limpo e raramente reclamo, muito raramente mesmo. Até porque acabo por me rir sozinha destes achados diários destes meus dois amores. E não vale a pena perder tempo com isso, que não seja arrumar e pronto. Da mesma forma que eu espero que contornem os meus defeitos, que os tenho e muitos, sem grandes alaridos e reclamações. Mas no dia que eu saí de casa à pressa, e só tinha duas opções, ou chegava atrasada ao meu destino ou deixava a casa imaculada como sempre, escolhi a primeira e nesse dia notaram efetivamente e em tom estranho fizeram reparo. E eu a pensar que nem davam por mim por ser tão arrumada e que o que faço diariamente passava despercebido e afinal... Isto fez-me lembrar aquele filme do David Linch que vi há anos, sobre um velhote que partiu no seu trator em viagem, decidido a procurar a irmã que há anos estavam zangados, e quando chega ao destino depois de algumas peripécias, recebeu a triste notícia que ela tinha acabado de morrer. Pois é, às vezes é preciso medidas drásticas para acordarmos de vez para a dura realidade que é, não darmos valor às pessoas enquanto elas estão connosco. Um dia pode tudo mudar e já não irmos a tempo de remediar o que muitas vezes pensamos que já não tem remédio, quando só a morte determina mesmo o fim de tudo.
Com isto tudo até me esqueci de colocar a receita. Uma sopa muito aromática com um caldo que se faz sem pressas e que o tomate seco perfuma e se esconde no fim.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cuscuz aromático com salmão e camarão ao vapor

Este fim de semana o meu ponto alto foi levar o "piolho encardido" ao sushi. Ficou prometido levá-lo lá todas as vezes que faz os testes e trás de volta "Bom" a tudo. É uma boa desculpa para mim, que fujo sempre ao sushi porque na verdade não fica barato. Ele delira e agradece-me sempre tanto, e eu nada me importo por todo o dinheiro gasto, só para ver aqueles olhinhos a brilharem. Ele compreende bem que apesar de eu adorar de paixão cozinhar, não tenho mãos para este tipo de gastronomia. Lá me desenrasco com as gyosas e pouco mais, portanto há que aceitar as minhas capacidades. Assim que chegamos ao nosso restaurante de sushi preferido nem precisamos ver a ementa, é praticamente uma dose de cada, porque este puto tem uma grande prática com os pauzinhos e um apetite de adolescente. E o que é que o cuscuz tem a ver com o sushi? Nada pois, mas tem a ver comigo e com ele, pois é um dos pratos que ambos apreciamos.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Pizza 2 queijos, presunto e azeitonas (com a ajuda da CONDI)

Mais um desafio Condi, desta fez utilizando o fermento padeiro seco. Saiu uma pizza do forno, aliás, saíram duas, pois há algum tempo que não fazia para o "piolho encardido" que está sempre ansioso por comer pizza. Desta vez fiz a massa em jeito de pão, pois decidi não colocar azeite como habitualmente faço, e uma parte da farinha utilizei farinha integral. Não comprometeu o sabor nem a textura. É irmos variando e testando outras formas de fazer as coisas.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Pudins de requeijão, mel e nozes

Este fim de semana foi muito caseiro, e a verdade é que me soube bem. Cozinhei muito, mais do que devia, e fui enchendo o frigorífico de sobras que gosto sempre de consumir rapidamente. Foi também altura de olhar para os ingredientes que havia no frigorífico e na despensa, uns com validade apertada e outros frescos a precisarem de serem consumidos rapidamente. O requeijão a terminar o prazo foi o mote perfeito para fazer a sobremesa. Havia mel, uma mão cheia de nozes e restavam dois ovos no frigorífico. Rapidamente preparei uns pudins com aquele sabor típico desta combinação, requeijão, mel e nozes. Melhor é impossível.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Linguine rosa com atum e cogumelos

Nem sempre a vida é cor-de-rosa. Nem sempre tudo nos corre como gostaríamos. Nem sempre estamos à altura das pedras que vamos encontrando no caminho. Nem sempre é fácil. Este ano tem sido revelador para mim. Descobri que sou mais forte do que imaginava e já não tenho medo do desconhecido. Estou a aprender a estar à altura do que me vai acontecendo, contornando os obstáculos colocando-me sempre em primeiro lugar, como nunca antes fiz. Aprendi a gostar mais de mim. Aprendi que eu própria sou o melhor colo que tenho. Temos que nos amar em primeiro lugar e nunca por nada deste mundo deixar que nos destruam a alma. A alma que passamos a vida a entregar aos outros que depois nos devolvem como se nunca a tivessem tido.
E o que desejo para 2016? Desejo encontrar pessoas bonitas, pessoas para as quais eu possa parecer bonita também. Pessoas que não se importem com os meus defeitos e até se riam deles. Pessoas que entrem no meu álbum de fotografias e permaneçam lá para sempre.
A puta da vida nem sempre é cor-de-rosa, mas como quem manda na minha cozinha sou eu, este fim de semana saiu um prato cor-de-rosa choc a fazer lembrar a minha querida amiga Gigi que já partiu e que bebia sempre batidos de beterraba, cenoura e laranja e eu só consegui deixar entrar na minha despensa esta raíz depois de algum tempo da sua morte. Porque ao contrário da cebola, descascar beterraba fazia-me sempre chorar a sua ausência. Aprendi a recordá-la cada vez que faço beterrabas, aprendi a transformar os olhos inundados de água por memórias tão boas passadas com ela. E atum porquê? Porque esta lata de atum viajou por sítios que provavelmente eu nunca conhecerei e veio ter às minhas mãos pelas mãos de alguém que marcou a diferença. Obrigada!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bolo de maçã e cevada solúvel (sem batedeira)

Às vezes sinto que estou a virar uma verdadeira mulher das cavernas... É que por muito que eu queira adaptar-me às tecnologias que nos facilitam e ajudam na cozinha, mais sinto que não preciso delas. Nunca fui muito chegada aos bens materiais, sempre fui mais ligada às emoções com as pessoas, aos sítios que fui e que quero voltar a ir, ou a outros que anseio conhecer, e a todas as experiências e vivências que marcam verdadeiramente a vida, a minha vida. Isto para vos dizer que desde que a minha batedeira avariou, não senti ainda qualquer necessidade de a substituir, pois descobri que consigo bater natas em chantilly, claras em castelo ou fazer bolos sem ela. Este bolo foi a prova disso. Em poucos minutos estavam os ingredientes misturados e a massa pronta na forma para levar ao forno, e sem grande esforço manual.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Filetes de cavala cozidos à algarvia

Eu cresci com receitas algarvias, trazidas pelos meus pais quando vieram do sul para se instalarem juntos noutra cidade bem distante. Volta e meia gosto de matar saudades destas receitas e aromas tão especiais que me lembram o colo da mãe e do pai. O colo que nunca mais vamos esquecer, estejam eles onde estiverem. É uma receita tão simples, com o sabor aromático dos orégãos e as cavalas que atualmente parece que são tratadas como um ingrediente gourmet.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Panquecas (CONDI) com leite de coco e doce de abacaxi (com pectina CONDI)

A Condi propôs-me novo desafio, e entre panquecas e pectina saiu a minha ideia de um lanche ou pequeno-almoço bem simpático, aliás, muito simpático. As panquecas estão preparadas para nos facilitar, basta adicionar ovo, óleo e leite. Nesta minha receita de panquecas, sugiro não se adicionar óleo, e usarem uma boa frigideira anti-aderente e untada levemente com óleo, e para contrariar o vulgar leite, decidi torná-las mais exóticas e adicionar leite de coco, que fez "pendant" com o doce de abacaxi feito num piscar de olhos com a ajuda da pectina. A pectina ajuda-nos a engrossar rapidamente os doces feitos com frutas que não contenham muita pectina naturalmente, como é o caso do abacaxi.
Obrigada Condi!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Focaccia de tomate seco e alecrim (com a Fermipan para o dia mundial do pão)

Em casa onde não há pão, todos reclamam e ninguém tem razão. Foi com esta frase que cresci, ouvindo vezes sem conta a minha mãe dizê-la. Hoje percebo bem o que isto significa e como as palavras têm tanto poder. Por isso é sempre melhor pensar antes de falar, e de falar antes de agir.
Toda esta conversa à volta do pão para assinalar este Dia Mundial do Pão, que hoje se celebra. Todos já sabemos a preciosidade que é termos pão na mesa, daí achar que este dia merece ser comemorado com respeito e grande simbolismo como o rei de todos os alimentos.
Fermipan desafiou-me mais uma vez (obrigada Maria!) e eu lá pus as mãos na massa, coisa que adoro fazer, seja ela qual for, desde que haja paciência na espera, o resultado final é sempre bom. Todo o pão à volta do mundo é especial, por isso hoje saí uma focaccia do forno feita com a receita base habitual de pão que faço vezes sem conta.