sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Penne Com Anchovas, Camarão E Mascarpone

O "piolho encardido" por vezes, aliás, muitas vezes, brinda-me com os seu dotes humorísticos, irónicos e até sarcásticos. O raio do puto não sei a quem saiu, assim com este dom tão apurado de me fazer rir e até chorar, a rir, claro está. Eu já me tinha acostumado com aquela resposta que todos os maridos dão em casa, quando os questionamos, o que fazemos para o jantar. Pergunta-se, à espera que eles nos surpreendam com uma resposta para lá de supimpa, que nos faça logo ir para a cozinha resolver o problema, e eles respondem: - Faz qualquer coisa. A verdade é que já desisti do "mais-que-tudo" e passei a pergunta para o "piolho encardido". Ontem foi dia de perguntar o que eu devia fazer para o jantar, e ele respondeu todo decidido: - Faz aquele esparguete à badalhoca. - Esparguete à badalhoca? Perguntei eu. Ele respondeu: - Sim, aquele esparguete assim com ketchup...E assim fiquei a saber que aquele esparguete com polpa de tomate, azeite e várias ervas aromáticas, que faço para aqueles dias que falta o tempo e que acompanham qualquer coisa, chama-se esparguete à badalhoca. Enfim, espero não perder clientela agora que sabem que eu cozinho coisas tão, tão, tão insignificantes, como esparguete à badalhoca. A receita de hoje também é massa, presumo que um pouco mais refinada...

Ingredientes para 4 pessoas:
- 300g de massa penne
- 20 camarões grandes
- 1 dente de alho 
- 1 lata de anchovas
- 2 tomates pelados (usei em conserva)
- 1 embalagem de queijo mascarpone
- azeite q.b.
- sal q.b.
- pimenta q.b. (moinho 5 pimentas)
- salsa seca q.b.

Preparação:
Cozer os camarões em água temperada de sal. Escorrer, retirar a casca, cabeças, tripas se tiverem e reservar. Cozer a massa em água a ferver e temperada de sal, até ficar "al dente". Enquanto a massa coze, aquecer uma frigideira grande com um fio de azeite, o alho espremido com utensílio próprio ou bem picado com a faca e as anchovas. Deixar até as anchovas dissolverem no azeite. Adicionar o tomate pelado picado e apurar mais alguns minutos. Misturar uma colher de água (ou a água da cozedura da massa), no queijo mascarpone e mexer até ficar mais cremoso. Escorrer a massa e acrescentar à frigideira junto com os camarões e o queijo mascarpone. Envolver bem, retificar o tempero de sal e pimenta a gosto. Servir de imediato, polvilhado com salsa seca. Bom fim de semana!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Creme De Courgette Com Canónigos Para Acompanhar Uma Pizza Ristorante


A Dr.Oetker desafiou-me e eu decidi começar pela sopa. Acho que além das saladas e legumes salteados, por exemplo, a sopa faz uma dupla perfeita com uma deliciosa pizza. Os dias de Outono estão a chegar junto com os dias de muita preguiça, em que se quer ocupar o tempo com outras rotinas. Há que almoçar ou jantar rapidamente, saltar para o sofá com a família, levar uma taça de pipocas e ver um filme bem divertido. A louça lava-se depois! Este creme de courgette com canónigos faz a dupla perfeita com a Pizza Ristorante Mare - Salmone Tonno e Scampi. Uma pizza com camarão, pedaços de salmão e atum, e coberta por um cremoso queijo mozzarella. 

Ingredientes para 4 pessoas:
- 2 courgettes médias
- 1 nabo médio
- 1 cebola
- azeite q.b.
- sal q.b.
- 1,5 l de água
- 1 chávena (tipo almoçadeira) com canónigos frescos

Preparação:
Numa panela, levar a cebola picada a refogar com um fio de azeite, até reduzir um pouco e ficar macia. Acrescentar as courgettes e os nabos sem casca, e cortados aos cubos do mesmo tamanho, para cozerem de maneira uniforme, junto com 1,5 l de água e uma pitada de sal. Deixar ferver alguns minutos até os legumes estarem tenros. Desligar o lume e triturar com a varinha mágica até ficar um creme bem aveludado. Levar novamente ao lume até voltar a ferver. Adicionar os canónigos e desligar o lume de imediato. Retificar o tempero de sal e a textura do creme, e se necessário acrescentar um pouco mais de água. Servir quente e fazer companhia a uma pizza. Bom apetite!
Salmone Tonno e Scampi
imagem retirada do site da marca

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Grelos De Nabo Salteados Com Queijo Da Ilha



Por norma não sou de comprar comidas processadas e pré-cozinhadas, mas gosto de ter sempre no congelador, espinafres, grelos, esparregado, tomate picado e por aí. É certo que apesar de congelado é bastante fresco e rápido de fazer quando não há muito tempo para pensar em refeições. Sábado passado foi dia de ir aos legumes e à fruta e que bom foi trazer aqueles grandes molhos de espinafres e grelos, que depois de cozinhados ficam reduzidos a tão pouco. Mas é incomparavelmente melhor, apesar do trabalho a lavar e a arranjá-los. Lá por casa consumimos saladas ou legumes a todas as refeições. 

Ingredientes:
- 1 molho de grelos de nabo
- 2 dentes de alho com casca e esmagados
- 1/2 malagueta vermelha (tipo chili)
- 3 colheres de sopa de queijo da ilha ralado
- sal q.b.
- azeite q.b.

Preparação:
Lavar bem os grelos e rejeitar os talos mais grossos. Levar ao lume uma panela grande com água temperada de sal. Quando estiver a ferver, colocar os grelos e deixar destapado para não perderem a cor e ficarem escuros. Em cerca de 5 minutos estão prontos, para que fiquem tenros mas não demasiado cozidos. Escorrer bem para retirar toda a água. Levar uma frigideira grande com um fio de azeite, o alho e a malagueta picada, a aquecer. Acrescentar os grelos e saltear uns cinco minutos. Adicionar o queijo da ilha, mexer, retificar o tempero de sal,  e está pronto a servir. Bom apetite! 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mousse De Amoras Silvestres


Volta e meia gosto de remexer as gavetas do congelador e perceber o que lá anda há mais tempo. Gosto de gastar tudo até ao fim. Esvaziar prateleiras e gavetas, limpar e esperar que sejam cheias de coisas novas e frescas. E dizer não ao desperdício! Nunca poderia jogar fora a caixinha das amoras silvestres que tanto adorámos apanhar. Depois de muitos arranhões, risadas e vespas a esvoaçarem ao nosso redor, nunca poderia fazer tal coisa. E foram tantas, que uma parte teve mesmo de ser congelada. Saiu uma mousse muito leve e com o delicado sabor das amoras silvestres apanhadas por nós.

Ingredientes para 5 pessoas:
- 2 chávenas (de chá) de amoras silvestres (usei congeladas)
- 6 colheres de sopa de açúcar (usei amarelo)
- 200 ml de natas (35% M.G.)
- 1 iogurte natural
- 3 folhas de gelatina incolor

Preparação:
Levar um tacho pequeno ao lume, com as amoras, o açúcar e cerca de 3 colheres de sopa de água (ou o suficiente para ajudar a dissolver o açúcar). Deixar até ferver alguns minutos e as amoras começarem a reduzir. Triturar no liquidificador e passar pelo coador para separar as sementes.
Bater as natas, que devem estar bem frias, até ficarem consistentes, adicionar de seguida o iogurte e misturar bem.
Numa taça com água, hidratar as folhas de gelatina (cortada em 2 ou 3 partes). Escorrer parte da água, deixando um pouco (não é necessário muita) para levar ao microondas durante alguns segundos, até as folhas estarem dissolvidas na água. Misturar a gelatina com as amoras, e mexer bem.
Adicionar o preparado das amoras e gelatina às natas e iogurte, e envolver bem.
Dividir por 5 taças (pequenas) e levar ao frigorífico durante algumas horas para solidificar. Servir bem fresco e decorado com amoras. Boa semana!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Frango Assado No Forno (E Recordações De Infância)

Hoje levei um "ralhete" da minha prima Rute. Diz que tem vindo cá todos os dias e as receitas estão paradas. Ela é fã do meu tempero, o que me lisonjeia muito. Depois do "ralhete", vim para casa a correr vasculhar as receitas em lista de espera.
Enquanto vinha no caminho pus-me a pensar em como a família é importante. Manter perto de nós as pessoas que se encaixam bem em nós, é tão importante como um comprimido para a cabeça, quando ela nos dói.
Tenho no meu baú das recordações de infância momentos muitos bons, passados com a prima Rute e o meu primo Tiago. Momentos que os adultos teimam em quebrar porque não sabem aproveitar a vida e ser felizes como as crianças. Como as crianças que nós éramos. E éramos tantos primos, tantos que fiz uma pausa para contá-los e somos 17.
Cada um foi seguindo as suas vidas, fez as suas escolhas e depois tudo se perdeu, até um dia um telefonema a desejar bom natal aos meus avós paternos e ela estava lá. Tenho na memória que ela é que pediu para falar comigo, trocámos contactos e até hoje não nos largámos mais.
Deixámos de lado as quezílias dos adultos, aqueles mais adultos que nós somos agora. Quando falo com ela, sinto-me ainda aquela criança feliz e rodeada pelos primos, sem as complicações dos crescidos. E se os adultos soubessem o quanto é importante esta relação entre primos, talvez não quebrassem a corrente da vida, que era termos crescido juntos mais um pouco. Porque foi tão boa a minha infância, tão cheia de gente, de vida, de falta de luxo mas com amor a sobejar.
A minha prima Rute trouxe-me esses momentos outra vez.
Acho que já falámos de tanta coisa, que nada ficará por dizer se uma de nós hoje desaparecer.
Afinal ela lembra-se de coisas que no meu baú não guardei, e eu recordei-a de outras, que ela já tinha esquecido. Ao longo dos anos fomos construindo pouco a pouco, a relação que ficou interrompida. E é tão bom ter a minha prima Rute por perto. É tão bom ela saber do que falo, ela compreender aquilo que sinto. Ela lembra-me a minha irmã. 
Lembro-me como se fosse hoje, quando em miúda fui passar um fim-de-semana a casa dela. Lembro-me da alegria contagiante, dela a tocar tão bem órgão, do meu primo Tiago, o mais novo dos primos, de cabelo irrequieto e o seu ar traquinas, que ainda hoje quando penso nele vem-me à memória uma personagem do “Verão Azul”, que a malta da minha geração se lembrará de certeza, da minha tia na pequena cozinha mas tão cheia de amor maternal a preparar um saco cheio com pão e a fazer sandes de fiambre com manteiga, para irmos todos para a praia. Apanhei um escaldão nesse dia, até com herpes solar fiquei, mas nunca mais me esqueci desses momentos, que acompanham a nossa vida para sempre e nos tornam as pessoas cheias que somos hoje. Apetecia-me tanto perguntar à minha tia: Então tia ´tás boa? Lembras-te de mim?,  ou ao meu primo Tiago: Olá primo, sabes que foste o último dos primos, mas o primeiro dos desta banda também lhe dei o nome de Tiago? Continuas reguila? Sei que gostas de motas, proteges muito os animais, que és um tio espetacular e gostas da playmobil..., ao meu tio: Tio, sabias que eu também tive um mini amarelo como os teus?  E tu prima sabes que és o único elo que me sobrou desse lado, mas que me vale por muitos? Sei que fazes a mesma pergunta que eu: Porquê? Porquê os crescidos estragam sempre tudo, quando a vida nos dá uma família tão grande. Porquê, com o passar dos anos, a mesa de natal fica sempre mais pequena?
A receita de hoje é para os meus primos. Eu sei, eu sei, é uma receita tão simples... Mas, se hoje eu recebesse a visita deles, haveria muitos abraços para trocar, muita conversa para pôr em dia, muitas recordações para relembrar, e eu não teria tempo de fazer um jantar elaborado. Só me restava pôr um frango bem grande no forno, um tempero simples, mas mesmo assim especial e batatas fritas de pacote a acompanhar. Porque a puta da vida é para aproveitar bem e não perder tempo com mesquinhices. A vida é bela! (desculpem a asneira, saiu-me).

 Ingredientes para 4 a 6 pessoas:
- 1 frango grande
- 3 dentes de alhos espremidos com utensílio próprio ou bem picados com a faca
- 1 colher de sopa (bem cheia) de mostarda
- 1 colher de sobremesa de paprika
- 1 colher de sobremesa de sal grosso
- 1 colher de café de pimenta preta moída
- 1 colher de café de coentros moídos (em  pó)
- 2 colheres de sopa de azeite

Preparação:
Misturar bem todos os ingredientes, à exceção do frango, até ficar uma pasta. Massajar todo o frango com a pasta e deixar a marinar de um dia para o outro, ou cerca de duas horas.
Levar ao forno pré-aquecido a 200º, tapado com papel de alumínio, aproximadamente 1:45 a 2 horas (se o frango for muito grande). Retirar o papel de alumínio a meia hora do tempo terminar para alourar a parte de cima. Acompanhar com arroz, batatas fritas, legumes cozidos ou salteados, saladas variadas, ou mesmo batata frita de pacote, para dias descomplicados. Bom fim de semana e pensem na vida!