terça-feira, 29 de março de 2016

Pavlova de chocolate, chantilly e frutos silvestres

Nunca fui ligada às religiões, talvez por ter sido sempre uma miúda rebelde e avessa a seguir o mesmo que os outros sem saberem bem o porquê. A minha teoria de religião é somente o amor. O amor pelo próximo e pela natureza (que sei que nem sempre respeito). Não rezo a nenhum Deus, às vezes falo com alguém que julgo que me ouve, mas esse alguém não existe, existe apenas a minha força superior para superar todas as adversidades da vida de nariz empinado e cabeça erguida. Respeito todas as religiões (que evoluíram com os tempos atuais) desde que as pessoas que as seguem sejam de total fidelidade a elas. Não se pode ir à missa todos os domingos quando depois no dia-a-dia são más pessoas. Não tolero isso. Esta Páscoa (e mesmo avessa à religião acabo por festejar estes dias porque cresci com estes valores) o que foi realmente importante para mim foi poder reunir a família, aquela que me sobrou e que tem obviamente um tal de amor incondicional por mim. Essa é a nossa verdadeira família e foi essa que escolhi para se sentarem à minha mesa. Mesa preparada com tanto amor, como sempre faço a quem abro a minha porta. Houve polvo com espinafres e migas de broa de milho e batatinhas ao sal, houve arroz de pato, gelado caseiro e esta pavlova. Todos tiveram presente o meu cuidado em lhes agradar. O vinho que cada um gosta, as sobremesas, entradas simples mas com pão quente e estaladiço que aqueci no forno. Para as minhas mães um folar feito no dia anterior à noite com tanto esforço e cansaço. Vale sempre a pena mimar e espalhar o nosso amor. Essa é a minha verdadeira religião e perdoem-me se vos desiludo. Garanto-vos de coração que isso não ia mudar em nada a minha maneira de ser.


Ingredientes:
- 4 claras de ovo (usei tamanho L)
- 200g de açúcar refinado
- sementes de 1 vagem de baunilha
- 3 colheres rasas de chocolate em pó
- 1 colher de sobremesa de vinagre de vinho branco
- 1 colher de sobremesa de amido de milho
 Para servir e decorar:
- 125g de framboesas
- 500g de morangos
- sumo e raspa de limão de limão q.b.
- 3 colheres de sopa de açúcar em  pó baunilhado 
- folhas de hortelã fresca q.b. 
Preparação:
Bater as claras até começarem a ficar em castelo. Adicionar o açúcar aos poucos batendo sempre até ficar uma mistura bem brilhante e cremosa. Adicionar a baunilha e o chocolate e voltar a bater. Por fim acrescentar o vinagre e o amido de milho e envolver cuidadosamente com uma espátula ou colher de pau. 
Forrar o tabuleiro do forno com papel vegetal. Colocar por cima o merengue dando a forma de um círculo e com uma boa altura. 
Pré-aquecer o forno a 160º. Baixar para os 120º e levar o merengue a secar cerca de 1 hora e 30 minutos dependendo de cada forno. A ideia é que o merengue seque por fora e ainda fique cremoso por dentro, fiquem atentas ao forno.
Deixar arrefecer totalmente no forno com a porta um pouco aberta, para que não rache com a diferença de temperatura. 
Enquanto o merengue está no forno preparar o molho. Num pequeno tacho colocar parte dos morangos cortados aos pedaços pequenos e as framboesas (reservar alguns para decorar), com raspa e sumo de limão (para dar um toque ácido) e o açúcar em pó. Deixar a fervilhar até reduzir e a fruta estar cozida. Triturar no liquidificador e passar por um passador de rede. Reservar.

Fazer o chantilly conforme instruções da embalagem e reservar no frigorífico.

Na hora de servir montar a pavlova, com chantilly, o molho, os morangos, as framboesas e algumas folhas de hortelã. O restante molho levar à mesa para cada um servir a gosto. Bom apetite!

15 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo! Ir à missa e depois cá fora ser o que às vezes sabemos acho que não faz sentido. E também não acho graça àqueles que durante o ano todo não vão à missa mas que depois quando é uma festa importante lá estão só para marcar presença e para descarte de consciência! Detesto hipocrisia. Eu vou à missa praticamente todos os domingos. É certo que há dias em que não apetece e acho que se é para ir mais vale lá estar de corpo e alma presentes do que fingir que lá estamos mas a contar as horas para a acabar. Fui educada a ir à missa todos os domingos, já o meu marido não. Mas como eu era organista do coro, nos tempos de namoro ele começou a ir e hoje acho que até tem mais gosto em ir do que eu! Fui à missa no sábado à noite. Depois ainda vim para casa escovar as batatas e fazer a sobremesa era já 1 da manhã! No Domingo preferi ficar com o dia todo livre para cozinhar, receber os convidados e estar em família! Sem pressas, sem compromissos! Também fiz polvo, mas à lagareiro! Eu já havia feito para os membros cá de casa mas para a família ainda não! Havia até quem nunca tivesse comido batata com casca! Acharam um máximo e adoraram o polvo! E no fim eu fiquei super feliz por ter proporcionado aos que mais amo um almoço digno de festa! A minha sobremesa não foi tão requintada como a tua! Essa pavlova está lindíssima! Que bom que é surpreender e mimar a família! Beijinhos

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    1. Temos sempre de ser fieis a nós próprios e também com os outros e o mundo que nos rodeia. Na cozinha à uma da manhã? ehehe realmente somos parecidas :). Batatinhas "a murro" ou "ao sal" são uma maravilha e combinam com tudo. Mimar as pessoas que mais gostamos com os nossos cozinhados é uma grande prova de amor, pois abdicamos de tempo para nós, para estarmos horas na cozinha. beijocas e bons cozinhados.

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  2. Esqueci-me de dizer, lancei um novo desafio! Se gostares, participa! beijinhos

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    1. Já tinha visto. Vou tentar participar. beijocas

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  3. Minha amiga sou exactamente como tu. O Amor entre tudo e todos é que deve prevalecer nesta vida, que ás vezes é tão curta e dura.
    Adoro pavlova mas nunca tive coragem de fazer, acho que me vai sair mal, no entanto já apontei alguns truques de uns chefs famosos, mas agora vou também tentar seguir á risca a tua receitinha e ver se tenho sorte.
    Bjs grandes.

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    1. Se fosse sempre assim vivíamos num planeta maravilhoso. Mas isso são utopias de gente sonhadora como nós. Pavlova é muito simples. Agarra em todas as dicas que conseguires e põe mãos à obra. É preciso tempo e paciência para esta "menina", pois de resto é bem fácil e olha que eu não tenho grande jeito para as sobremesas. beijocas

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  4. Ficou fantástica Carla.
    Mnahmy...
    Beijinhos

    http://bimbysaboresdavida.blogspot.pt/

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  5. Eu hoje em dia não sou religiosa, apenas o fui até ao dia em que os meus pais me deixaram escolher se queria fazer a comunhão solene ou não. Desde então, só entro nas igrejas nas festas (casamentos, baptizados, ...) ou para contemplar a sua arte (adoro entrar e ficar a admirar).
    Mas confesso que estas festas me agradam muito porque é uma forma de reunir à mesa as pessoas que mais gostamos, com uma mesa farta e cheia de alegria e isso sim, é a minha religião. Pavlova é algo que por cá todos adoram, de preferência bem fresca e depois de passar a páscoa na galiza com a família, sobraram imensas claras dos pães de ló que por lá fizemos e como nada se estraga, lá vim eu para portugal carregada de claras para o congelador. Agora para as usar, uma das receitas pedidas foi mesmo pavlova.
    Beijinhos ...
    Guloso qb

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    1. Eu também penso assim e não seja por isso que não sejamos boas pessoas. Claras congeladas fazem milagres, agora as gemas é que é mais difícil congelar. Já tentei e achei que não resulta. Se souberes algum truque para as gemas partilha comigo :) beijocas

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  6. É uma sobremesa muito simples de preparar e faz aquele "figurão" à mesa ;). beijinhos

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  7. Ficou lindissima!!
    Adorei!
    Beijinhos
    Vânia
    http://colherdepausaltoalto.blogspot.pt/

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  8. Grande foto! uma sobremesa top model apetitosa e linda. bjs

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    1. Tenho os ensinamentos de um grande fotógrafo. bjs vai pondo a mesa.

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