Continuo a olhar para trás nestas minhas férias e tem-me apetecido falar, mesmo que seja para o boneco.
Tem-me apetecido falar sobre mim e de como mudei tanto, tanto que metade do meu roupeiro já não existe, não consigo identificar-me até com as roupas, as cores, certos padrões de tecidos, foi tudo embora da minha vida. Talvez seja esta a minha maneira de mudar, talvez a mais fácil, a mais cómoda, igualmente prazeirosa, mas não a mais importante, pois é preciso ir à raiz, e nos últimos anos ando a apanhar do chão somente as folhas secas.
Para trás ficaram amigos que tentei fazer, pessoas que tentei conhecer, mas não, não vale a pena quando não estamos em sintonia. Eu quero tudo, as sobras já não me servem. Talvez tenha me tornado arrogante q.b., eu cá chamar-lhe-ia seleção minuciosa, porque afinal eu comecei a gostar mais de mim em primeiro lugar e isso dá-nos uma abertura mais estreita para o resto.
Hoje temos uma receita inspirada numa revista do Continente que não faço a mínima ideia dos ingredientes que tinha, foi para a reciclagem, já eram muitas a acumular pó cá em casa. Boa terça-feira a todos!