Pão de alho assado

Setembro é um mês especial. Muitos aniversários (no instagram falo de um dos aniversários de ontem), recomeço da escola, fim do verão e início de novas rotinas sem a loucura própria da estação. Faz parte e o melhor é aceitarmos todas as etapas. 

E este pão de alho assado? Uma delícia, embora não pareça à primeira vista. Quando ligo o forno aproveito para assar umas cabeças de alho, que depois misturadas com manteiga fica divinal barrado no pão, e é mais outra maneira de fazer pão de alho cá em casa.

Potas guisadas com tomate

Das muitas refeições de conforto que adoro, esta que hoje partilho está incluída. 

Faço muitas vezes porque me lembra a infância, e a vida desprendida e despreocupada que teimamos em largar quando somos pequenos.

O meu acompanhamento preferido é com puré de batata, mas há um leque de outras tantas opções, escolham a vossa. 

Salsichas frescas com couve lombarda (no forno) e puré de batata

 

Mesmo que o meu tempo agora tenha de ser gerido de outra forma, há sempre tempo para os clássicos que fazem parte da minha infância. 

 

A minha mãe fazia de forma diferente, não enrolava as salsichas na couve, ia tudo para um tacho grande, e além dos ingredientes normais, também punha batatas aos cubinhos e cenouras às rodelas. No fim o sabor era único e o cheirinho na cozinha inigualável.

 

Cá por casa continuo a gostar de enrolar as salsichas na couve e o acompanhamento preferido é puré de batata. Mas há atalhos para os dias com menos tempo, mas com mais vontade de pratos de conforto. 

No forno e com o molho de tomate caseiro que faço muitas vezes, que já inclui tomate fresco, polpa de tomate, cebola, alho, louro e ervas frescas a gosto, que podem ser depois trituradas ou descartadas antes de triturar, foi mesmo rápido e não compromete o sabor, palavra de honra!

Aproveitar ervas frescas aromáticas

As ervas frescas cá em casa nunca se jogam fora, mesmo quando começam a ficar um pouco murchas. 

Vai tudo para o almofariz e transformam-se num molho bem versátil. 

Seja para mimar um prato de massa simples, para fazer pão de alho e ervas, para misturar com queijo creme e sair um paté bem delicioso, e tantas outras ideias que podemos ter, para o lixo é que não!

Queijo marinado com azeite, salsa e orégãos secos

 

 

Fala-se muito do desperdício zero, mas há gerações, como a minha, que cresceram com esses valores já entranhados, e não é novidade nenhuma. De um resto de queijo esquecido fez-se uma entrada simples para compor a mesa do almoço.

Ervilhas com chouriço e ovos escalfados

A matar saudades de pratos simples...

Cascas de batata frita

Sempre que faço caldo verde ou outra receita em que use batata em maior quantidade, gosto de guardar as cascas, porque mais tarde servem como snack ou acompanhamento a um hambúrguer no pão por exemplo. Ficam deliciosas e nada se desperdiça.

Argolas do mar com molho de iogurte e ervas aromáticas

Com um filho na adolescência (adora comer) e pouco inspirada para cozinhar, é preciso voltar ao básico e fazer os pratos de sempre, mas que nos sabem tão bem. 

Fazer petiscos em casa é essencial nesta fase que vivemos, não só por razões de saúde, mas também económicas, porque é preciso pensar no futuro e tempos mais difíceis podem ainda chegar. 

Argolas do mar (potas) fritas num polme bem simples e que fazem pandant com o molho de iogurte habitual cá por casa. Bem bom! 

Pataniscas de salmão e abacate

Podemos fazer pataniscas de quase tudo, de atum, de bacalhau, de frango, de beterraba com filetes de cavala em conserva, só de cavala fresca, de tentáculos de potas, etc. As de hoje são de salmão e abacate e foram fritas em pouco azeite. Quando quero as pataniscas mais gordinhas e com aqueles bicos estaladiços frito-as em óleo abundante. E depende da textura que pretendo adiciono mais ovos, mais água, ou mais farinha se quiser que rendam mais. Estas levaram só ovos e menos farinha que o habitual. Espremer um pouco de limão na altura de comer dá um toque delicioso, palavra de honra!

Molho de queijo quark com ervas aromáticas

Os dias difíceis não duram para sempre e aos poucos vou-me reconstruindo, e peça a peça o puzzle vai-se compondo e a vida quase que se resolve sozinha. Nos dias melhores aproveito e vou para a cozinha, faço imensas coisas para irmos comendo nos dias seguintes, nada pensado, nem pré-preparações, que eu gosto mesmo é de ir ao sabor do vento. Num desses dias preparei um almoço leve e fresco. Uma salada com o que havia no frigorifico, queijos frescos meio gordo Santiago e o molho que eles adoram, desta vez sem o iogurte e com o queijo Quark. Fica delicioso e como tem um toque ácido não o tempero nem com sumo de limão ou vinagre para quem prefere. Fica a ideia. Boa semana! #PUB

Asas de frango fritas (com polme)

É sempre boa altura para fazer petiscos em casa, e as asas de frango são perfeitas para a ocasião. São económicas, rendem bastante (16 asas cortadas ao meio fazem 32 pedaços de frango) e há à venda em todos os talhos, hipermercados, etc. A maneira que mais faço é no forno com mel e piri-piri, ficam deliciosas, mas há sempre espaço para outras versões, e assim vou variando e surpreendendo a família. Estas foram cozidas primeiro porque eram grandes, e depois preparei um polme misturando dois tipos de farinha e juntando vários temperos. O polme tem dias que junto ovo, outros não, umas vezes escolho dois tipos de farinha, outros ponho água, leite ou cerveja, é ir variando e usando o que se tem em casa, especialmente os restos de farinha que vão ficando no fundo dos pacotes.

Tagliatelle com natas e ervas frescas

Ter um adolescente em casa é sempre um bom motivo para fazer pratos de massa. Massa fresca, natas e um punhado de ervas frescas aromáticas é só o que preciso para salvar a refeição. Fica pronto num piscar de olhos e saboroso como se quer. É para comer assim que sai do lume, senão vamos comer massa seca e sem graça.

Polvo cozido com batatinha nova

As saudades que eu tinha de polvo. Simples cozido com batatinha nova e mais uns pózinhos para colorir o prato. Fica a ideia para fazerem também.

Arroz selvagem com cogumelos, couve Pak Choi e salmão

Volta e meia gosto de introduzir novos alimentos cá em casa e aos poucos vamos nos habituando aos novos sabores e texturas, e acabamos por aprender a gostar. Arroz selvagem para juntar à prateleira junto aos arrozes habituais cá por casa, carolino, agulha, basmati, arroz para sushi e o vaporizado que fica sempre perfeito.

Tagliatelle com gambão, caril e leite de coco

Na embrulhada e instabilidade que está o meu caminho atual, é preciso não desmoralizar e continuar a levar a vida com otimismo. Continuar a sorrir para que a alegria me invada e contagie também os que estão ao meu redor e se afastam porque a vida é mesmo assim. A árvore de natal está feita, sempre por ele, mas gosto de a contemplar no final e rir-me sozinha das decorações que saíram dali. Não me preocupo muito, daqui a nada tudo se desmonta e fica organizado como antes. É preciso entrar no espírito, já que o destino me brindou com um menino Jesus também, e este ano já faz 14 natais. Não me preocupo com nada material nestes dias. Só quero mesmo saber que todos estão bem e de saúde e têm trabalho, o resto são adornos como as luzes de natal.

Depois de mais um dia de instabilidade, nada me anima mais que ir para a cozinha e sentir o calor do meu fogão, cheio de panelas a borbulhar e confusão pelas bancadas. No meio da confusão ainda parti um copo de vinho e entornei parte do licor de canela que estive a terminar. São dias, dias desastrados que tudo escorrega das minhas mãos.

A massa era para ser à "Alfredo", mas saiu outra perfumada com caril e leite de coco. 

Cuscuz com atum e alcaparras

Só agora que cresci percebo tão bem quando a minha mãe exemplificava tudo com provérbios. Essas frases sábias que resumiam em poucas palavras as grandes questões da vida, e que nos ajudariam sempre com os dilemas do nosso caminho. Deveria ter-lhe dado ouvidos e hoje colheria os frutos.

Agora sou eu que repito ao meu "piolho encardido" os provérbios e frases que para mim fazem sentido, e muitas mais vezes que a minha mãe, "trabalha o teu presente que o futuro faz-se sozinho" e ponto final.

É ter em conta que os mais velhos são bem mais experientes e merecem todo o nosso respeito. Bom fim de semana!

Burrata com tomate e bacon com mel

Ainda não tinha experimentado a burrata de búfala, sabia como era a sua textura interior, mas estava na dúvida se os meus rapazes iriam gostar. Eu tenho cá as minhas técnicas para fazer o "piolho encardido" provar novos ingredientes. Levo à mesa o novo prato, mas sirvo-lhe outra coisa e digo que ele não iria gostar do que fiz. Ele sente-se posto de parte na experiência nova, insiste que vai gostar e quer provar, e depois adora! Quem gosta de mozzarella de búfala vai gostar de burrata com toda a certeza. O interior mais mole é perfeito para irmos petiscando e barrando no pão torrado, enquanto picamos o resto. Agora inspirem-se e preparem a vossa burrata com outros ingredientes, outras ervas aromáticas, mas não deixem de experimentar.

Bolonhesa de peito de frango

Esparguete à bolonhesa é um dos pratos que me conforta sempre. Não me perguntem porquê, porque há coisas que não se explicam.

Durante a gravidez comi este prato em doses industriais, e o meu rapaz saiu para o mundo um grande fã também. Vou variando na carne, umas vezes com carne de vaca, outras porco e outras vezes legumes ralados escondidos. Desta vez fiz com peito de frango e tomate extra. Fica a ideia, inspirem-se.

Podem  acompanhar com esparguete, ou servir de recheio para massas, lasanhas, ou mesmo uma "lasanha" de batata, um empadão, podem congelar uma parte para usar num dia de mais preguiça, e se sobrar também podem transformar num prato bem diferente e rechear umas batatas, polvilhar com queijo ralado e levar forno a gratinar. Bom fim-de-semana!

Batatas fritas fingidas no forno com molho de iogurte e ervas aromáticas

A melhor maneira de animar o meu "piolho encardido" é fazer-lhe uns mimos comestíveis. Resulta sempre e não é preciso ter grandes ingredientes em casa. Basta umas batatas com um molho bem rápido de iogurte e está feito o snack. A qualidade das batatas escolhidas é importante, embora eu não me preocupe muito com isso e tenha usado batata branca desta vez que era a que tinha em casa. A farinha para polvilhá-las às vezes uso de trigo outras de milho e assim vou variando na textura final. O azeite dá aquele ar que parece que foram fritas, só que não :)

Arroz de tomate e pimentos com pataniscas de potas

Ontem era preciso pensar num jantar saboroso e ao mesmo tempo reconfortante que animasse uma das minhas amigas de sempre. Feito com amor tudo flui na cozinha, e quem diria que uma refeição tão simples nos soubesse tão bem, que até eu elogiei, coisa rara de fazer, ponho sempre defeitos no que faço, mesmo que falte apenas um grão de sal. Acho que a minha amiga se sentiu abraçada, por mim e pela minha comida. Para hoje ao jantar o frango já está temperado e mais logo estará pronto para seguir viagem para outro jantar na companhia de quem me faz sempre bem ao coração. 

Agora vou preparar umas sandes deliciosas para o passeio de hoje. A vida é simples, é só deixar fluir. Bom fim-de-semana!