segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

oopsies

Diz que é uma espécie de pão sem hidratos de carbono. São nuvens que se comem num ápice e se fazem noutro. Dois ingredientes base mais uma pitada de sal, uns pozinhos de sementes de sésamo e já está. A receita percebi que anda por toda a internet, mas foi no blogue da simpática "Cozinha 100 segredos as receitas" que me chamaram à atenção. Os meus baixaram um pouco porque tirei-os do calor abruptamente. Já estava uma fila de coisas à espera para entrar no forno, e eu queria ir a correr brincar ao Carnaval.
Eu juntei estes malandros a um pequeno-almoço reforçado, portanto não estive preocupada com os hidratos, mas vocês já sabem como eu sou, ando sempre a quebrar as regras. Agora cada um que decida como os quer saborear.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Salada morna de atum com maionese caseira de coentros

Hoje é o meu dia. Hoje acordei como gosto. Com mimos e sendo o centro das atenções. Eles andaram aos segredinhos durante a semana e eu a ver se descobria alguma coisa. Acho que estou a perder os meus poderes, pois não consegui sacar informações dos meus presentes, nem do que eles andavam a conspirar. Aliás, estes dois já escondem os meus presentes na arrecadação, e claro escondem a chave.
Puseram o despertador e prepararam-me o pequeno-almoço, quesadillas com ovos mexidos, torradas com manteiga, leite com café e sumo de laranja. E agora conseguir comer aquilo tudo assim que me levantei? Não foi fácil, praticamente vim a rastejar para o trabalho, mas cheia de energia.
Houve a habitual guerra das minhas duas mães (a verdadeira e a emprestada), a ver quem é a primeira a dar-me os parabéns. E escusam elas de disfarçar que eu bem sei que isso acontece. Mãe é mãe, e mãe emprestada também é para lá de bom, portanto eu chego para as duas!
A idade não perdoa, são 40, combinado? A partir de agora é sempre 40, escusam de me perguntar todos os anos. Estava eu a dizer que a idade é tramada, mas pensando bem acho que fui sempre assim, distraída, desastrada, destrambelhada... Um dia destes tomei duche e pus o habitual creme no corpo, mas afinal percebi que tinha me besuntado de leite desmaquilhante. Sou uma mãe ocupada, o desmaquilhante também não haveria de me fazer mal. Depois calcei um par de meias e ia calçar o segundo, temos que ter os pés quentinhos não é verdade?. Corri tudo à procura do raio das meias, e sabia bem que já as tinha tirado da gaveta. Era mais fácil ir buscar outras, mas caramba, eu não podia cá ser vencida por um par de meias. Depois de muito procurar, sentei-me e olhei para os pés, afinal já as tinha calçado. Enfim, já para não falar na quantidade de vezes que o "piolho" leva com a porta do carro na cabeça, ou mesmo quando espremo um limão à mesa para o meu prato e acerto-lhe nos olhos, e entalar-lhe os dedos na porta é também um habitué meu. Desculpa filho!
Ah e obrigada "mais-que-tudo" por seres o homem da manutenção lá em casa. Eu sei que não é fácil viver com alguém que nem um parafuso sabe apertar, e tu estás lá sempre para mim de ferramentas em punho.
Bem, com tudo isto, hoje só tenho uma receita simples para vos mostrar. Uma salada morna com ingredientes que todos temos em casa, e que safam bem para os dias que andamos sem grande inspiração. A maionese caseira é um mimo extra e foi das primeiras coisas que aprendi a fazer com a minha mãe. Com azeite fica mais saudável, escolham um com um sabor ligeiro. 

Parabéns a mim e obrigada por me fazerem companhia!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Frango tandoori

Estava aqui a pensar com os meus botões no "piolho encardido" e nisto do que é ser mãe. Foi difícil tê-lo. Senti-me sozinha muitas das vezes, talvez porque fosse difícil falar sobre isso com quem quer que fosse. Fechei-me e praticamente lutei por ele em silêncio durante uma mão cheia de anos. Aquele silêncio que grita e ninguém nos ouve. 

Fiz dezenas de exames e testes de gravidez, dezenas, mas sempre com a esperança que um dia iria ver dois tracinhos avermelhados. Esse dia chegou para mim quando menos esperei. Foi estranho, tão estranho que senti-me numa espécie de medo ainda maior. Era tão maior o medo de o perder, que a minha felicidade por finalmente tê-lo a crescer dentro de mim. Depois de tomada a realidade, foi tempo de cuidar de nós. Medicação, pensamento positivo, e uma vida perfeitamente normal, levaram a minha gravidez a bom termo. E antes do tempo nasceu um franguinho pequeno que vestia roupa de prematuro. 

Fui mãe assim que ele foi filho. Fui crescendo e aprendendo como o ser da melhor forma. Não há regras, eu criei as minhas, e a minha regra é fazê-lo voar e não condiciona-lo a nada, por muito que me doa o peito. 

Esperei por ele tanto tempo, que o tanto foi tão pouco, para tão grande sorte que tive. Um puto feliz, saudável, inteligente, tão reguila e bem humorado que me faz levantar todos os dias da cama, mesmo que o meu dia esteja cinzento. 

Recordo quando nos chamava de mamã e papá. Depois entrou na escola e pediu-nos para já não nos tratar assim. Foi este o primeiro dos desgostos que me deu. Havia dias em casa que eu fingia não ouvir quando me chamava de mãe. Eu não era a mãe e sim a mamã. Estava na hora de aceitar o seu crescimento e a partir daí tudo foi tão fácil para mim. 

Hoje deixei-o, como sempre, longe do portão da escola, e não me sinto triste por isso, nem preciso mais de fazer artimanhas no caso dele olhar para trás a ver se eu ainda lá estou na esquina a espreitar, fingir que estou ao telemovel com alguém e de óculos escuros para ele não perceber que é para ele que os meus olhos fixam. Às vezes farto-me de rir com tanta figura parva que já fiz. 

Foi hora de o libertar. A ele e à sua tonta mãe. Serei sempre melhor mãe se não o prender, tal como a minha nunca o fez. E foi para ela que eu sempre voltei quando precisei. 
Ele cresceu, tem 10 anos, e eu 10 anos de ser mãe. Parece-me mais do que suficiente para levar isto com uma perna às costas. 

Ele já sente o que é gostar de alguém. Uma menina que lhe roubou o coração e me roubou a mim as cartas de amor que ele escrevia. Afinal era para ela a carta que escrevia embevecido num destes dias e eu tonta a achar que era para mim. 
Parece-me que tenho um longo caminho de desgostos. Desgostos que vou digerindo rapidamente e preparando-me sempre para o próximo. Porque vão sempre doer.

Tenho as minhas armas, e sei que ele também deve ficar a pensar quando eu digo ao pai que depois quando ele crescer compramos a auto-caravana e vamos os dois correr o mundo. O mundo que afinal ele ainda quer estar, o nosso mundo. É tão bom ser mãe desde puto!