segunda-feira, 14 de março de 2016

Carpaccio de tentáculos de pota

Nem sempre estamos satisfeitas com a vida e acho que todas temos direito a estar desanimadas e preguiçosas. Foi o que se passou a semana passada. Simplesmente limitei-me a existir. Nem cozinhar me apeteceu. Deu para sentir o que sentem as mulheres que não gostam de o fazer. Até um simples peixe cozido com legumes pode correr mal, quando não o fazemos com vontade e amor. Não me canso nunca de elogiar as mulheres no seu geral. Temos de ser tantas coisas ao mesmo tempo. É demasiado para nós! Mas a verdade é que quando paro, sinto que tudo à minha volta para também. É como se eu fosse o comandante deste navio que é a minha vida e sem mim por perto o navio não anda. A idade, a experiência da vida, as desilusões com as pessoas fizeram com que eu crescesse e fosse capaz de lamber as minhas próprias feridas e seguir em frente. Acabei a semana e o fim de semana a fazer  as coisas que uma mulher tem de fazer. Pôr a casa a brilhar, cozinhar com amor para a família, e ainda plantei as minhas ervas aromáticas. Coisas tão banais que me fizeram voltar à rotina e sentir-me viva. Passei parte da tarde de domingo a encher as unhas de terra a plantar com tanto amor as minhas sementes. Senti-me tão bem. Dei por mim com vontade de ir buscar a balança para pesar as pedrinhas no fundo dos vasos e depois a terra, para que todas ficassem iguais. Quase como se fossem uma massa de pães que tem de se dividir para quando forem ao forno ficarem todos do mesmo tamanho. Dei por mim a ir buscar toalhetes para limpar a borda dos vasos, como se fossem pratos com comida prontos para levar à mesa. E de repente voltei. Voltei com vontade de cozinhar. Voltei com este sentimento que posso sentir gosto pelas minhas coisas, mesmo que sejam as coisas de todos, pois cozinhar é para a família, limpar a casa é para a família, plantar as ervas é para a família, e nada como ser feliz a fazer estas pequenas coisas. E como a vida é feita de escolhas, eu escolhi usar tentáculos de pota que são bem económicos, mas não me poupei no azeite especial que comprei. Fiz com amor e tornei as potas banais, que além de baratas ainda estavam em promoção, numa entrada especial e acho que é assim que muitas vezes a maioria de nós mulheres fala indiretamente para a família. Levar pratos à mesa feitos com amor, que levam tempo, tempo esse que abdicamos de nós, em prol da família. Cozinhar, tratar da casa e dos filhos, das compras, trabalhar fora, e outras tantas coisas... E o que é que todas nós queremos em troca? Reconhecimento, apenas reconhecimento e tudo o que advém disso. Boa semana!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Perninhas de frango no forno com laranja e limão

Já tantas vezes fiz estas perninhas de frango, mas ainda não tinha tido hipótese de captar uma imagem. Super fácil para fazer ao jantar durante a semana que andamos sempre a correr. É assim uma espécie de jantar com cheirinho a bolo caseiro de citrinos. Fica tão bom que não me canso de repetir. Para acompanhar, arroz branco e salada, porque se não complicámos o principal, também não vale a pena complicar o acompanhamento. É jantar garantido para todos ficarem satisfeitos, pois não há quem não goste de uma boa perninha de frango. Ou há?

terça-feira, 1 de março de 2016

Molho de tomate caseiro

Hoje em dia há de tudo já feito para todas as carteiras, gostos e feitios. Para quem gosta de cozinhar, embora também tenha o direito de comprar feito, gosto muito mais de fazê-lo eu. Foi o caso deste molho de tomate, feito de propósito para uma pizza e feito a mais para outras utilizações.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Salada (morna) de feijão frade com tomates e filetes de cavala em conserva

Está frio mas as saladas nunca são retiradas da minha ementa de inverno por várias razões. No inverno também temos preguiça de cozinhar e uma salada rápida nunca fez mal a ninguém. Depois porque há dias menos criativos, e abrir uns frascos, umas latas e juntar algo fresco é sempre uma solução eficaz. A juntar a isso ainda há o fator económico, pois não está fácil gerir o orçamento mensal familiar com o mesmo dinheiro e com tudo mais caro. Assim sendo preparei uma travessa bem bonita com tudo de bom para levar à mesa e que não envergonha ninguém, principalmente a cozinheira. Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Sopa de courgette com espinafres e cenoura.

As sopas do dia-a-dia tendem a ser despachadas. Não há cá refogados ligeiros, nem outras mariquices para aromatizar o caldo. Estas sopas têm espaço na minha cozinha diariamente e depois destes anos todos a aperfeiçoar as combinações de legumes que gosto e como fazer sopas perfeitas, não há  margem para grandes erros. E é mesmo disso que quero falar hoje, mais do que partilhar esta tonta receita. Na minha opinião e por experiência própria as sopas para ficarem perfeitas, os legumes do caldo base têm de ficar bem cozidos e por conseguinte bem triturados, a diferença é substancialmente notória se não o fizerem. Já ouvi falar também que pôr o sal no início na água com os legumes vai fazer com que demore mais tempo a levantar fervura. E um dos grandes problemas é quando trituramos o caldo base da sopa percebemos que colocámos demasiada água e ficou muito líquido. Bem, eu acho que há solução para tudo, portanto não é um drama, e olhem que se há "drama queen" lá em casa sou eu. Primeiro jogamos pelo seguro que morreu de velho, como diz a minha mãe. Legumes cortados todos do mesmo tamanho e quanto mais pequenos mais depressa cozem, depois é cobrir com água apenas até ficarem submersos, pois é mais fácil adicionar mais água depois de triturados, do que engrossar novamente a sopa. Mas estávamos distraídas nesse dia, tanta coisa para fazer em casa e somos só uma para tantas tarefas, e vai de pôr mais água na panela. Não tem problema vamos resolver. Há arroz cozido simples de ontem no frigorífico? Então juntem ao caldo base e triturem bem. Não há arroz mas há batatas cozidas que ninguém comeu com a pescada ontem? Então embora lá pôr na sopa e triturar bem. Não há nenhum destes dois? Então retirem um pouco da sopa para uma tacinha, deixem arrefecer um pouco e misturem bem com uma colher de sopa de amido de milho, voltem a juntar à panela e liguem o lume para voltar a ferver e vão mexendo até engrossar. Não há amido de milho? Não faz mal, há farinha de trigo. Não há nenhum destes dois? Porra... Ah, ainda não está nada perdido, vão lá à despensa e vejam se encontram um pacote de fécula de batata. Não há fécula mas há uma lata de grão ou feijão branco? Então malta não há desculpa para não tentarem resolver. O que interessa no fundo é não deitarmos a perder o trabalho que tivemos, a juntar a "milhentas" tarefas que temos todos os dias.
E para que não arranjemos mais problemas com a sopa, nada de exagerar no sal! Senão temos mais um drama para resolver :)