E assim passaram uns dias que foram
um misto de especiarias e condimentos. Exames médicos, no meio uma anestesia
geral que só me lembro quando acordei ter dito “que boa soneca”, algum descanso,
uma festa de finalistas, encontro com a família, passeios no campo, uma ida à praia,
abraços aos meus sobrinhos emprestados, saboreei uns bolinhos da mãe, visita à feira
medieval mais perto, relaxe no jardim botânico e conversa com o Sr. Adelino sobre a sua horta, sardinhas no Santo António, e dei por terminado
estes dias com a notícia que adiei alguns meses, até anos. Estou literalmente
de coração partido. Ouvir a nossa médica dizer aquela coisa do “para sempre” é
demasiado definitivo, até porque sempre gostei de ter opções.
Ansiedade + stress x vários anos
= coração partido. Hoje começo uma nova etapa. Depois das lágrimas, do medo,
de mais ansiedade ainda, vamos lá agarrar o touro pelos cornos. Fazer a
medicação certinha, mudar os “móveis” de sítio e fazer todo um novo plano de
vida, sob o risco de poder vir a ter complicações cardíacas. E com o meu coração ninguém brinca!
Cozinhar, vou
cozinhar e voltar a encher as prateleiras do frigorífico de tupperwares até não ter mais
ingredientes. Cozinhar este mundo e o outro e escusam de dizer: ah e tal devias
largar o blogue que isso ocupa-te a cabeça, que eu perco as estribeiras
quando ouço isso. "O Meu Tempero" é metade de mim e como é que se vive sem metade
de nós? Têm aí a resposta.
Pronto, depois de lavada a alma assim em jeito de vos alertar também para os riscos desta conta de matemática,
trago-vos uma receita simples que faz o tal figurão à mesa.
Abraços a todos, cuidem-se!