Hoje apetece-me fazer o balanço destes 3 meses do novo membro da família, o Scott. A família Sousa ganhou uma nova dinâmica no início de outubro passado. Primeiro estranhou-se e depois entranhou-se. Hoje ele está inserido nas nossas rotinas e nós nas dele. Aos poucos fomos-lhe retirando privilégios, pois agora que já vai à rua, nada de se enfiar nos lençóis.
Já fica sozinho algumas horas e até nem se porta mal para o que eu previa, pois deixo-lhe praticamente a casa toda aberta para ele não se sentir preso. Gosta de roer, mas ainda não roeu grande coisa, uns rodapés de cortiça, os cortinados, as suas mantas, um puf, 3 pares de pantufas, comeu algumas plantas, o nariz do boneco Snoopy e uma orelha do pai natal, sinceramente nada de especial, e olhem que falo a verdade, sinto mesmo isto que estou a escrever.
Os xixis e cocós sempre no resguardo com os jornais por cima, e em troca recebia sempre um biscoito. Chegava a fazer uma pinguinha de minuto a minuto só para receber o biscoito. Um dia decidi que ele já estava treinado e acabaram-se os biscoitos. E ele? Ele é muito esperto e começou a fingir que andava esquecido. Lá voltei aos biscoitos de recompensa e ele lembrou-se logo onde devia ir fazer as suas necessidades.
De noite acorda a pedinchar os meus lençóis mas eu tenho de ser forte e dizer sempre não. Sabem o que ele faz? Faz-me um grande xixi à porta do quarto. E eu sei bem que isto é por vingança. Respiro fundo e não desisto de o por na linha como uma verdadeira líder da matilha.
É um viciado em comida e cheira a milhas quando abrimos o frigorífico, ou não fosse ele um cão de caça. Adora cheirar tudo, escavar no sofá, dar grandes saltos e essas coisas giras. Já para não falar que um dia estávamos a jantar e ele saltou-nos literalmente do sofá para cima da mesa, onde morava um franguinho bem cheiroso.
Eu sabia destas características todas da raça e achei-as perfeitas para mim e para a minha louca família. Um cão cheio de energia, que subisse e descesse os 3 andares da minha casa sem pestanejar e adorasse praia e campo. Ele endoidece com a praia e passeia no campo ao nosso lado sem trela todo destemido. Ele é perfeito para nós, e nós para ele.
O "piolho encardido" trata-o como um irmão, daqueles que brincam à pancada e andam sempre a fazer queixas um do outro e com a ciumeira incluída. Um dia caiu em cima do cão e lá fomos nós para o hospital. Uma costela aleijada. Rx, medicamentos, injeções e muito repouso pelo menos 4 dias. Pois, pois, repouso dizia a médica... Uns dias depois o cão rasgou a orelha do "piolho" e nós: outra vez, lá temos de ir para o hospital para este levar pontos... Mas não foi preciso.
Eu podia alongar-me muito mais, há tantas histórias giras deste pequeno peludo mas vou passar à receita, umas espetadas simples sem grandes calorias, para fingir que me tenho portado bem. Bom fim-de-semana!